quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Quem é contra amamentação...

Quem é contra amamentação só pode ser louco.
Imagine só,  estamos há quase dois anos nessa deliciosa jornada e  cada mamada é como se fosse a primeira,  aquela quando nem eu, nem você subíamos o que estávamos fazendo.

Quem é contra uma das entregas mais puras da vida, sim,  só pode ser louco. Ou melhor,  não sabe ou não viveu as delicias desse ato.

Quem é contra amamentar não sabe o que dizem seus lindos olhos castanhos, de cílios longos, iguais os do seu pai, quando suga o néctar que foi produzido exclusivamente para seu consumo.
Quem é contra amamentar não sabe o que é ter sua corpo encaixado ao meu, como se tivéssemos nascido para isso. E é tão adaptável. Quando vc era bebezinha, com apenas um braço era possível lhe confortar e te alimentar.  Agora que minhas forças não são suficientes para suportar seu peso, deitadas, você vira de lado e joga sua perna em cima da minha barriga,  como quebra cabeça.
Quem é contra amamentação não sabe o que é ter uma mãozinha gorda e macia acariciando o rosto, enquanto seus olhos parecem dizer que seu leite é bom, mas a segurança que lhe traz é melhor ainda.

Quem é contra amamentar, não sabe o tamanho da satisfação que é ver seus olhos, lentamente, se fechando. Ver o sono cair sobre ti enquanto desfruta do que é mais que alimento.

Quem é contra amamentação, não sabe, ou não quer saber que o leite materno é mais que uma forma de saciar a fome. O leite materno é a forma mais pura de conectar com outra alma, àquela que gerou e agora alimenta, acalenta, conforta e transfere o amor, de forma líquida.


quinta-feira, 31 de outubro de 2013

cocô no banho? eu faço

Já aconteceu de duas vezes a Laura estar na banheira, tomando banho e fazer cocô. 

Claro, ela ficou desesperada, achou que era bicho, chorou e chamou a mãe. Expliquei que não podia fazer cocô na água e que se quisesse fazer, mesmo no banho, era pra pedir o peniquinho.
Mais que isso. E se  fizesse cocô no banho a mamãe ia brigar.
Eis que hj ela surtou. Tava na banheira, me gritando:
- Mamãe, mamãe...vemki (tudo junto mesmo)
Eu demorei um pouco ela, apavorada continuou:
- mamãe, xixicocôqué
Cheguei lá, perguntei se ela queria penico, disse que sim. Coloquei dentro do box mesmo, ao lado da banheira.
Já sentada no penico, apontandoo pra banheira.
- ága, cocô (com o dedinho negando) um (não) pode. Mamãe, biga.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

mei... vovô .... inda!

Você estava com  um ano e seis meses.

A noite passada,  estamos em meio início de desfralde, se é que dá pra entender.  Depois explicarei melhor como tem sido esse processo para nós.
Mas, agora preciso urgente falar sobre o que aconteceu - na noite passada , como já mencionei e não custa lembrar- desculpe se prolonguei demais o assunto, é que gosto das coisas bem claras.
Foi assim:

Você acorda de madrugada,  calculo que era quase dia. A fresta da janela que ficou aberta me permitiu ver que já não estava tão escuro lá fora, além do mais, foi possível ouvir barulhos de ônibus,  sendo assim minha imaginação chuta  que era umas 5h.

Voltando à você... Acordou,  mesmo estando de fralda queria fazer xixi, no quin.
Tentei te explicar que a noite podia fazer na fralda mesmo.  Claro,  sua personalidade cada mais sua me fez levantar e te levar no banheiro e lá,  no quin. Se ainda não entendeu,  é do peni-QUIN que estou falando. Pois bem, xixi feito, voltamos para o quarto.

Já deitada você olha para as meias (mei) que acabara de ganhar e com todo seu vocabulário diz:
- mei (pausa) vovô.... (longa pausa) inda!

Tradução de mãe: As meias que o vovô me deu são lindas.
Sim, ela disse tudo isso com três palavras.


quarta-feira, 17 de julho de 2013

ága, qui!

Você pode não acreditar, mas só te levamos a praia quando você estava com 1 ano e 4 meses.

Era feriado estadual e aniversário da mamãe. E também, ocasião da FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty), que queríamos conhecer e ficamos hospedados em Trindade, cidade que fica a 14km de Paraty e tem praias lindíssimas.Ou seja, tudo perfeito para este encontro, Laura, Mar. Mar, Laura.

Saímos de Campinas na madrugada de sábado, você estava dormindo e assim permaneceu durante boa parte do caminho.
O papai estava dirigindo, a Tatá estava no banco ao lado dele, a mamãe e a vovó faziamos companhia para você, no banco de trás.
Você acordou, chorou, pediu mamá. Eu, naquele jeito torto, me virei de frente para você que mamou e pegou no sono novamente.

Acordou de novo. Brincamos, lemos, comemos biscoito de polvilho.

Descendo a Serra de Taubaté...
... Quantas  curvas, enjoos e...
Paramos o carro. Trocamos fralda, mamou um pouquinho e novamente pegou no sono.

Está quase, nos perdemos rapidinho em Ubatuba.
Opa! Achamos a estrada... Só mais um horinha.

Quando menos esperamos, após quatro horas e meia de viagem, uma placa, meio que em cima da entrada avisa: Trindade =>.

Oba! Chegamos.
Mas espera aí... tem mais curvas, declives e...
Olha o Mar.

Peraí, é só isso?
Uma paisagem incomparável, ao terminar de descer o caminho que leva a Trindade, nos deparamos com um mar lindo. Mas, a primeira vista era só mar. Ficamos abobados com a paisagem que mal notamos um caminho que leva a "Vila"... É assim que eles a chamam.

Passamos meio as águas, cautelosos... Subimos, subimos. Chegamos.
-Rua das flores, onde é, senhor?
- Primeira a direita

Chegamos a pousada Dois Irmãos, deixamos as coisas, colocamos as roupas de banho e queriamos te levar ansiosas para ver o mar. Eram 10h40m.


Mas, o papai queria ir direto para Paraty. Não sabíamos que as praias de lá não eram limpas.
ok, fomos a FLIP. Aproveitamos a Festa. Você ficou com a vovó e a Tatá na Flipinha. Enquanto eu e o papai assistíamos a programação principal.

Chegou domingo!
Acordamos cedo, vestimos as roupas de banho, pegamos os brinquedos, chapéu, água, cadeira, bola e lá vamos nós rumo a praia.

-Moça, a praia é pra que lado?
- Só ir reto.
Oba!

Areia fofinha e.... Mar!



Laura, olha quanta água filha!

Agora vamos lá, vamos ver a água.


- Olha, filha.. Sente a areia molhada no seu pézinho... Espera que ela vem...
Atenção... E...opa!



"É gelada,mãe"
....
Mas eu gosto.

E com a mãozinha chamou a onda de novo para você: Ága, qui!


Você não queria mais sair da água... Chorava a cada vez que perguntávamos se queria sair. E não queria ficar no colo não, seu negocio era sentir o pé na água!

Indescritível a emoção... Você me faz perceber que cada grão de areia tem importância. A vida ao seu lado é tão linda e florida.  Te amo.

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Algumas fotos da viagem.
Centro histórico de Paraty



FLIP



Primeiro dia de Praia



Dança do Pau de fita


Praia do meio, Trindade









quarta-feira, 10 de abril de 2013

Sonecando

Você me olha e choramingando pede um sonoro: "mamá". Vem e coloca suas mãozinhas dentro da minha blusa procurando o seio. Te pego no colo, te arrumo na cama e coloco para mamar do meu lado esquerdo.
E como mágica, o sono vem. Você fica com os olhos pesados, e vai fechando vagarosamente pega em um soninho gostoso.
A sua mãozinha, que acarícia meu rosto vai perdendo os movimentos e caindo junto a seu corpo. O barulhinho de "glute -  glute" que faz quando mama, vai perdendo intensidade e seus lábios não tocam mais meu peito.
 Pronto.
 Já está embalada no sono mais profundo e gostoso.
Se vira para sua direita e fica com o corpinho acinturado, faz um bico, fecha a semblante. Os braços estão um em cima do outro. 
Se vira para esquerda, te olho... Daria um ano da minha vida só para ficar te olhando assim, sonecando...

1 ano e 1 mês

quarta-feira, 27 de março de 2013

Relato do puerpério

É engraçado que mesmo após 10 meses de seu nascimento ainda me lembro perfeitamente daquele final de semana que nos conhecemos.
Depois de um trabalho de parto intenso e transformador algumas coisas rondam meu (in)consciente, tenho para mim que serão memórias eternas, mas agora,  memórias compartilhadas.
Alguns fatos interessantes aconteceram naquela tarde, logo depois que você nasceu choveu muito, dizem que quando chove no dia do nascimento é sinal de sorte. Pois bem, já me sentia uma sortuda de ter chego até ali e agora, fazendo esse balanço vejo que você é mesmo meu amuleto (não que tivesse dúvidas disso). Apesar da chuva, naquela tarde fazia muito calor, lembro que durante o trabalho de parto minhas doulas me abanavam com um leque, eu sentia frio.
Realmente, ocitocina mexe com a gente. Tanto que sai falando bobagens, parecia que estava bêbada  é muito engraçado.
Quando a gente para pensar é que entende.
 Mas nossa, que sensação maravilhosa saber que fui capaz de te trazer ao mundo com muito amor e respeito. Me sentia uma leoa, no entanto a sensação era de leveza, poderia flutuar em meus pensamentos.
Passado os primeiros minutos (ou horas) pós parto tenho você ali do meu ladinho, de macacão de cup cake  rosa, como era rosada sua pele, linda como uma flor. Dormia como um anjo (que é), não me cansava de te olhar. Aliás, é assim até hoje, não me canso de te bajular, te cheirar, te amar.
Ainda nesse dia, você dormia a noite toda, era a sua primeira fora da barriga, me lembro como se fosse hoje. Seu pai ali no sofá e no primeiro resmungo seu, ele se levantou num pulo e em segundos estava ao seu lado como um cão de guarda.
Nesta noite mal consigo dormir, te pego ainda dormindo, te abraço e choro como uma criança, ou uma menina que acabara de se tornar uma mulher. O mesmo acontece agora, enquanto arrisco estas palavras nesta madrugada quente que me rouba o sono.
Sem mais delongas, quero terminar este texto dizendo que você é a coisa mais importante da minha vida. E desde a primeira vez que olhei para você esqueci de todo o resto. Tudo que um dia pareceu importante pra mim se tornou pequeno diante da grandeza do amor que você trouxe para minha vida.

Laura quero deixar registrado todos os momentos desse inicio de vida maravihoso.

Ser mãe é a melhor coisa do mundo


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Publicado atrasado, mas foi escrito quando você tinha 10 meses.

Com seu macacão de cupcake, horas de nascida.

Com 10 meses.

Descrevendo...


São quase dois anos que você é um pedaço de mim, e há um, deixamos de ser um único ser. E hoje, é tudo o que importa na minha vida. Neste tempo escrevo, reescrevo, leio, apago e escrevo novamente para você. Isso tudo é para tentar - com palavras - dizer como você é amada, como você me transformou mulher, mãe, mamífera, leoa e apaixonada pela vida.
Sabe, uma amiga me perguntou o que mais mudou em mim depois da maternidade, e agora, parando para pensar nisso, nossa, muda muita coisa! São coisas tão maravilhosas e pequenas que mudamos e nem percebemos. Mas, sem dúvida, nos tornamos mais humanos - no sentido mais amplo que isso possa atingir - e não falo só como mãe. É fácil observar o olhar de ternura das pessoas ao seu redor, até o mais mal humorado dos seres humanos consegue ser simpático diante de ti, as gentilezas brotam em toda a parte.  
Já perdi as contas das noites que fui dormir mais tarde só para ficar olhando a carinha de brava que faz quando dorme, o biquinho e o semblante fechado, este é o momento que fica mais parecida com o papai.
Pode parecer louco, uma forma estranha de amar, mas te amo tanto que te beijo, beijo, beijo, cheiro, cheiro, cheiro, beijo e tenho vontade de comer a sua cabeça!
Há um ano, nasceu uma mãe, há um ano amo acordar todos os dias e agradecer o universo por ter você comigo.
Hoje eu te amo mais que amei ontem, e amanhã, com certeza amarei mais que hoje. Por que ser mãe é assim; descobrir a grandeza da vida nas pequenas coisas. Mais que isso, descobrir o quão forte podemos ser.
Filha, você desperta o melhor que existe em mim, posso garantir, aprendi muito mais nesse tempo com você, do que em muitos anos de graduação. Por você, estudo e me apaixono por este universo mágico que é a maternidade. Por você, eu aprendi a esperar e entender que as coisas tem o tempo certo para acontecer e cito aqui a minha amiga Regina Frontelli, em seu belo texto sobre a maternidade: "eu não tenho pressa". Realmente, com você andei em passos lentos (ainda assim passaram mais rápido que pensei), curti cada segundinho. E é assim até hoje, mas quando se tem um bebê em casa aparece cada história e cada mito - que ainda vamos rir juntas disso - não dei ouvidos as "bagatelas" da maternidade, sempre segui meu instinto  e procurei o melhor para você, e é assim desde antes de nascer... e acredite se quiser, quem dá as ordens aqui é você. Veja bem; você avisou quando estava preparada, e chegou neste mundo no dia, mês e hora de sua preferência. Colos e "mamás" nunca foram negados, teve muito carinho, amor e acalento sempre que precisou. Não existem adjetivos nesse mundo para descrever o que seus olhos dizem quando você está mamando e o que sinto ao saber que meu leite é muito mais que alimento.
A recompensa disso eu tenho ao ver a sua evolução. Sou tão orgulhosa coruja pelas suas descobertas diárias, é tão lindo te ver conhecendo este mundo (que é teu!). Peço ao universo vida longa  para nós, para que possa continuar assistindo você de pertinho.
É claro que ainda existe muitas coisas para serem ditas sobre como mudou a nossa vida. Mas vamos assim, escrever os capítulos da nossa história, sem pressa, quando der. As lembranças, aaaah! essas serão eternas.
A garantia que temos é que a solução para vida é o amor. Amor esse, que só faz crescer, junto com você.



Te amamos.


Com amor, 
Mamãe.