Teve uma vez, fazia muito calor, quer dizer, um calor dos infernos.
Tava na casa dos meus avós e fui ajudá-los a pintar um cômodo que eles
tem lá na frente. O cômodo é de telha brasilite, deve ter seus três ou
quatro metros quadrados, as duas janelas que tem são daquelas que não
abrem direito.
Fazia um sol de rachar, e a gente lá, na labuta, pintando porcamente, só para conseguir terminar logo e fugir daquela sauna.
Minha vó é a primeira, com o suor escorrendo pela testa, o rolo de tinta esfregando a parede loucamente: "Que calor infernal".
Depois eu repito a afirmação, em pouco tempo ela de novo. Sei que em um intervalo de 30 minutos, ou menos, repetimos umas 15 vezes o quão calor estava naquele lugar.
Bom,
meu vô também estava lá, e quem o conhece sabe como ele é um bom
samaritano. Depois de ouvir nossa lamentação, as muitas delas, sobre a
mesma coisa, soltou seu tão temido sermão: "Reclamar não adianta, não
vai deixar de ficar calor. Se não quiser ajudar, não ajuda"
E foi assim, que eu aprendi (eu acho) que reclamar de uma situação não irá torná-la menos pior.
E foi assim, que eu aprendi (eu acho) que reclamar de uma situação não irá torná-la menos pior.
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